9ª Mostra Ciclos de Dança acontece nos dias 13 e 14 de dezembro em Tabuleiro do Norte
Atrações de Fortaleza, Paracuru e Tabuleiro do Norte estão na 9ª Mostra Ciclos de Dança, que acontecerá nos dias 13 e 14 de dezembro (sexta e sábado) em Tabuleiro do Norte, no Vale do Jaguaribe. A cidade é um dos principais polos de dança do Ceará, com reconhecimento na área em todo o estado, pelo trabalho de formação e difusão dessa arte, e atuação de artistas da cidade em festivais e outros eventos artísticos da capital e do interior.
A bailarina, coreógrafa e performer Silvia Moura abre esta edição no dia 13 apresentando “Escutas do tempo - Um solo de Silvia Moura”, às 19h30 no SIMPEP - Sede do Sindicato dos Servidores Públicos e Municipais de Tabuleiro do Norte. Reconhecida como um dos principais nomes da dança contemporânea no estado, Silvia Moura tem uma trajetória de 50 anos de carreira, tendo participado de inúmeros grupos, projetos artísticos e circulação de espetáculos e formações por diversos territórios do Brasil e de outros países, como Bélgica, Japão, França, Cabo Verde e Peru. Complementa sua atuação como professora, pesquisadora e ativista dos movimentos culturais representando a sociedade civil nos processos de política cultural brasileira.
Ainda na sexta-feira, às 21h, a Cia Ciclos de Dança apresenta “O Banquete”, projeto que foi desenvolvido este ano em Fortaleza, no Laboratório de Dança da Escola Porto Iracema das Artes, instituição da Secretaria da Cultura (Secult), do Governo do Estado do Ceará, gerida em parceria pelo Instituto Dragão do Mar.
No sábado, a programação será na Praça do Gulas, a partir das 20h. São atrações na noite, “D’KEBRADA – Memórias de um Território”, do CorpoMudança (Fortaleza), “Leveza”, de Levy Santiago e Lucas Matos (Paracuru), “Muvuca”, do Coletivo Muvuca (Fortaleza), “Libertango”, da Escola de dança Ciclos (Tabuleiro do Norte), “A Dança que me Escolheu”, com a Cia de Dança Ciclos (Tabuleiro do Norte), “Fluxo”, do Instituto Katiana Pena, e “Abrigo”, de Lucas Matos e Lucian Vier (Paracuru).
A Mostra e a Cidade
A Mostra Ciclos de Dança tem como foco o estímulo à construção de intercâmbio entre artistas e grupos cearenses, possibilitando a ampliação das experiências estéticas dos moradores de Tabuleiro do Norte, que desde a primeira edição se unem para viabilizar a realização do evento, promovendo ações como vendas de camisas, rifas, angariando pequenos patrocínios no comércio local, além de contar com o trabalho voluntária de integrantes da Cia Ciclos de Dança.
A 9ª edição da Mostra Ciclos de Dança é uma realização da Cia de Dança Ciclos, com a direção geral de Duaram Gomes. Patrocínio: Acatan – Associação dos Caminhoneiros de Tabuleiro do Norte, Box Alpha, Citolab, Clênia Chaves – Izaldo Pinto, Habacuque, Loteamento Menino Jesus, Mercantil Freitas, Multi Cópias JK, Renata Vasconcelos, Ronaldo Malveira, Stampa, Supermercado Super Sol, Vale Telecom, Zélia Rabelo. Apoio institucional: Secretaria de Cultura de Tabuleiro do Norte e Prefeitura Municipal de Tabuleiro do Norte.
PROGRAMAÇÃO
DIA 13.12 (sexta-feira)
19:30h – “Escutas do tempo - Um solo de Silvia Moura” (Fortaleza)
Local: SIMSEP
21h – “O Banquete” - Cia Ciclos de Dança (Tabuleiro do Norte)
Local: Academia Ciclos
DIA 14.12 (Sábado)
20h – Espetáculos
“D’KEBRADA – Memórias de um Território” – CorpoMudança (Fortaleza)
“Leveza” - Levy Santiago e Lucas Matos (Paracuru)
“Muvuca” – Coletivo Muvuca (Fortaleza)
“Libertango” - Escola de dança Ciclos (Tabuleiro do Norte)
“A Dança que me Escolheu” - Cia de Dança Ciclos (Tabuleiro do Norte)
“Fluxo” - Instituto Katiana Pena
“Abrigo” - Lucas Matos e Lucian Vier (Paracuru)
Local: Praça do Gulas
Quando e Onde
9ª Mostra Ciclos de Dança – Dias 13 e 14 de dezembro de 2024 em Tabuleiro do Norte (CE). Endereços: SIMSEP (Rua Monsenhor Otávio Santiago, 486 - 8 de Setembro), Academia Ciclos (R. Maia Alarcon, 207 – Centro), Praça do Gulas (Rua Maia Alarcon - Centro). Informações: (88) 3424.1453. ciadedancaciclos@yahoo.com.br. Programação com acesso gratuito.
A Magia dos Espetáculos de Final de Ano:
Uma Celebração que Une Ballet, Comunidade e Cultura
Por Eleusa Lourenzoni
Fim de ano no Brasil não é apenas sinônimo de Natal e Réveillon. Para milhares de bailarinos, pais e professores, este é o momento de brilhar sob as luzes do palco, nos aguardados espetáculos de final de ano das escolas de dança. Embora distintos em seus estilos, temas e abordagens, esses eventos compartilham uma essência comum: são o ápice de um ano inteiro de esforço e dedicação, traduzidos em arte.
Entre Contos de Fadas e Temas Contemporâneos
Os espetáculos de final de ano em escolas de ballet geralmente seguem dois caminhos criativos. O primeiro é o clássico, com adaptações de grandes obras como O Quebra-Nozes ou Lago dos Cisnes. Esses títulos, consagrados pela tradição do ballet, encantam o público e oferecem aos alunos a oportunidade de explorar o repertório mundialmente reconhecido.
Por outro lado, muitas escolas optam por temas contemporâneos ou até mesmo originais, como contos autorais, abordagens de temas sociais ou homenagens à cultura brasileira. Em um espetáculo, vemos crianças dançando como princesas em um cenário de conto de fadas; em outro, adolescentes incorporam movimentos urbanos ao som de MPB. Essa diversidade reflete a riqueza cultural e a liberdade criativa das escolas de dança no país.
O Papel da Comunidade
Mais do que apresentações, esses eventos são pontes que conectam a arte à comunidade. Pais, familiares e amigos enchem os teatros, muitos dos quais nunca haviam assistido a um espetáculo de ballet antes. Para os alunos, é a chance de exibir seu progresso e conquistar confiança em si mesmos. Para as escolas, é uma oportunidade de reforçar laços e atrair novos talentos.
Os espetáculos também movimentam o mercado local. Costureiras trabalham meses nos figurinos; teatros ganham vida com as locações; e fornecedores de iluminação, cenografia e som veem um aumento na demanda. É uma cadeia cultural e econômica que muitas vezes passa despercebida, mas que desempenha um papel vital no cenário artístico.
Semelhanças e Contrastes
Apesar das diferenças no tamanho e no orçamento, todas as escolas compartilham desafios comuns, como a necessidade de equilibrar custos elevados com acessibilidade. Escolas de maior porte, como a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, realizam produções tecnicamente impecáveis, com recursos que incluem cenários grandiosos e orquestras ao vivo. Já escolas menores, especialmente em regiões periféricas, se destacam pela criatividade em soluções práticas, muitas vezes utilizando materiais reciclados e espaços alternativos para suas apresentações.
Ambas, no entanto, encontram sucesso ao capturar a emoção do público. Enquanto uma produção grandiosa pode impressionar pela técnica, um espetáculo menor pode emocionar pela autenticidade e esforço coletivo.
A Dança Além do Palco
Esses espetáculos não se limitam ao entretenimento. Eles são momentos de celebração, aprendizado e inclusão. Crianças enfrentam medos, pais veem filhos superando desafios, e professores se orgulham de suas sementes transformadas em flores artísticas. Para muitos alunos, a experiência de subir no palco pela primeira vez é um marco que ficará na memória para sempre.
O Ballet como Reflexo Social
Os espetáculos de fim de ano também refletem as mudanças e avanços na dança como disciplina no Brasil. Temas contemporâneos e inclusivos, como sustentabilidade, diversidade e igualdade de gênero, estão cada vez mais presentes. Ao mesmo tempo, as escolas continuam honrando a técnica clássica que é a base do ballet, mostrando que tradição e modernidade podem coexistir.
Um Convite ao Futuro
À medida que as luzes se apagam após a última coreografia, a mensagem é clara: a dança segue viva e pulsante. Cada espetáculo, seja grandioso ou humilde, é um lembrete do poder transformador da arte. No fim, o verdadeiro brilho não está apenas nos refletores ou nos tutus reluzentes, mas nos olhos de quem dança e na plateia que aplaude.
Os espetáculos de final de ano das escolas de dança não são apenas eventos culturais; são celebrações da dedicação, criatividade e da força coletiva que a dança representa. Que venham os próximos finais de ano – e, com eles, mais passos em direção ao sonho.
Eleusa Lourenzoni - Além de maître de ballet clássico, é representante de competições internacionais renomadas, como o Tanzolymp (Berlim) e o World Ballet Competition (EUA). Também é conhecida pelo seu trabalho no ensino de ballet adulto em São Paulo, à frente do Studio Eleusa Lourenzoni, que é referência na zona norte da cidade. Uma trajetória admirável, combinando paixão pela dança com habilidades empreendedoras e projetos inovadores, como o Atibaia Dance Camp e os festivais Dança Brasil. Sua experiência e influência vão além dos palcos, contribuindo para a formação e crescimento de novos talentos.