CLÃ DO JABUTI APRESENTA “ELEGUÁ, MENINO E MALANDRO”

Eleguá é o mais importante dos orixás na santeria cubana. Representado por uma criança, ele é muito travesso, zombador e brincalhão. O espetáculo Eleguá, menino e malandro investiga a ancestralidade africana na cultura de países como Cuba e Brasil. Desde a tradição oral, passando pela música, pelas danças afro-brasileiras e afro-caribenhas. Cada um desses movimentos é apresentado de forma lúdica no espetáculo infantil do grupo Clã do Jabuti, que estreia dia 15 de abril, e segue até 21 de maio, encenado aos sábados e domingos, às 16h, no Centro Cultural São Paulo (CCSP).
A história se divide num primeiro momento em narrar a criação do mundo, a partir da visão cosmogônica africana, o nascimento e a relação de Eleguá com sua família. Logo a seguir, a rua passa a ser o cenário dos acontecimentos e a encenação procura aproximar o mito das crianças e jovens dos dias de hoje utilizando elementos do rap, do funk e do blues, movimentos de expressão cultural e identidade negra. As linguagens que nasceram das ruas e são desdobramentos contemporâneos da cultura tradicional. Até mesmo a figura do repentista nordestino aparece como ferramenta da nossa narrativa.
Todos esses recursos também são usados para apresentar a crianças e jovens uma outra visão da sociedade, além do roteiro eurocêntrico.
São muitos nomes para o integrante da família real dos orixás, Eleguá, Elegba, Elegbara, Exu e muitas vezes ele é injustiçado, tendo suas histórias e suas características distorcidas, sendo cercado de preconceito e discriminação. Segundo o sociólogo francês Roger Bastide, "Exu, ou Eleguá, é o orixá mais incompreendido e caluniado do panteão afro-brasileiro".
(Trecho da peça)
“Guardião das portas de todas as casas e seus moradores
Dono dos apitos e dos tambores
Está todo ligado em tudo
O torto, o invertido, a contradição
Esta história conta porque sua fama corre de chão em chão.”
Acreditamos que conhecer rainhas e reis, guerreiras e guerreiros, heroínas e heróis que tem origem no continente africano pode modificar o olhar do jovem e da criança sobre si mesmos, sobre seu lugar na sociedade e sobre sua ancestralidade.
A propriedade musical do espetáculo Eleguá, Menino e Malandro compartilha a expressão oral através de cantigas e ritmos dos tambores da diáspora africana nos sons afro-cubanos, chamado de santera. E na musicalidade afro-brasileira, que se apresenta ao longo da peça. A música traduz bem a cultura, a espiritualidade dos antepassados e sua sabedoria ancestral. Também é elementos fundamental para a dramaturgia. Por isso os batás, tambores sagrados africanos usados na santeria cubana, são protaganistas na trilha. As composições de Jonathan Silva, diretor musical da peça, são um forte elemento narrativo, fazendo um passeio por diversos ritmos brasileiros e contemporâneos que vão se apresentando, aliado aos ritmos e cantos sagrados, apresentados pelo príncipe menino.
SINOPSE
Eleguá é um príncipe muito esperto. Todo mundo tem medo das suas artimanhas e malandrices de moleque. Mas um dia o menino botou o pé na estrada e foi descobrir o mundo...
Andou de cidade em cidade. Brincando, pulando e perambulando encontrou lugares e pessoas pra ajudar e ser ajudado.
Vivendo sua meninice nas ruas ele cresce, se apaixona, amadurece, ganha corpo e sabedoria ao longo das aventuras que vive no caminho. Até que um dia decide voltar! Mas nem tudo está como era antes...
FICHA TÉCNICA
Direção e Dramaturgia: Antonia Mattos
Direção musical e composições: Jonathan Silva
Desenho de luz: Luciana Ponce
Cenário e figurino: Éder Lopes
Direção de movimento e preparação em danças afro-cubanas: Alexei Ramos
Confecção e criação de boneco: André Mello
Elenco: Giselda Perê, Renato Caetano, Rubens Alexandre, Rômulo Nardes e Jonathan Silva
Técnico de som, luz e cenário: Edson Luna
Produção: Sandra Campos
SERVIÇO
Eleguá, menino e malandro
Quando: 15 de abril a 21 de maio (sábados e domingos, às 16h)
Onde: Sala Jardel Filho / Centro Cultural São Paulo (CCSP)
Rua Vergueiro 1000 - Paraíso - São Paulo
tel 3397 4002 / ccsp@prefeitura.sp.gov.br
Entrada: gratuita
Sem estacionamento
Faixa etária: livre
Acesso para cadeirantes na parte superior da sala Jardel Filho


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